O MITO DE SÃO RAMIRO

São Ramiro, um santo canonizado no século XVIII, morreu bastante cedo. Eram seis da manhã em ponto, segundo o teletexto de um canal francês. Preparava-se para completar a sua primeira hora de vida. Privou de perto, entre as pernas, mais propriamente dito, de Maria Matilde, vulgarmente conhecida como MM, ou para os clientes mais próximos, MnM’S. Viveu uma vida sem adjectivo subsequente. Poderia simplesmente completar a última preposição sem o “sem adjectivo subsequente” mas parece-me ser mais justo para com o santo fazer algumas frases mais longas, como esta, mais longas do que a sua própria vida. Não publicou nenhuma obra enquanto vivo. A única coisa que deixou postumamente foi o seu nome, que lhe foi atribuído pela mãe duas horas depois de falecer, três depois de nascer. Dúvidas haviam acerca do seu verdadeiro nome. Mas como nos registos da época o nome Ramiro era frequente, os estudiosos acharam que de facto este nome era o seu nome. Também se supõe que o nome é uma justa homenagem à profissão da mãe, pois o nome Ramiro é o nome mais próximo do nome da profissão da mãe.

A sua canonização foi motivo de polémica. Canonizar alguém por nunca ter derramado uma lágrima não parece ser motivo de canonização. No entanto, o Papa da altura, João R. Pio III, achou que era motivo mais do que suficiente tendo lhe feito o serviço completo.

Hoje, São Ramiro encontra-se sepultado perto duma pequena plantação de cebolas, no sul da actual França, que já na altura era França e que, ao que tudo indica, assim continuará a ser.

São Ramiro é celebrado em todo mundo por altura do Solstício de Inverno. Em sua honra, organizam-se todos os tipos de horrores, desde do descascamento de cebolas à projecção do filme Armageddon. Aquele que aguentar mais tempo sem verter uma lágrima é nomeado xerife da sua localidade durante um ano.

Pela primeira vez em todo mundo, em 1979, uma mulher conseguiu o feito de ser xerife por um ano. Desde de então, a Igreja Católica procura afincadamente uma Santa com as mesma características de São Ramiro. São as ideias progressistas da Igreja.

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